Ansioso, eu?

Considerada o mal do século, a ansiedade é uma reação que todo indivíduo experimenta diante de algumas situações do dia a dia, como falar em público, expectativa para datas importantes, entrevistas de emprego, exames de saúde entre outras. Algumas pessoas porém, vivenciam esta reação de forma mais frequente e intensa, que pode ser considerada patológica e comprometer a saúde emocional, ou seja, um distúrbio de ansiedade. Muitas pessoas, entretanto, acabam confundindo com os sintomas da Depressão, uma coisa totalmente distinta.

Tipos

Existem diversos tipos de distúrbios de ansiedade. Os mais comuns são:

  • Transtorno de ansiedade generalizada
  • Síndrome do pânico
  • Fobia social
  • Fobias específicas (claustrofobia, aracnofobia, agorafobia, etc)

Há outros quadros que têm a ansiedade como pano de fundo, como:

  • Transtorno obsessivo compulsivo (TOC)
  • Transtorno de estresse pós-traumático
  • Transtorno fóbico-ansioso.

Sintomas

A ansiedade está ligada diretamente com o nosso sistema mental, por isso, a maioria dos sintomas não são nítidos, nem sentidos na pele, mas sim, psicologicamente.

Medos Irracionais: um dos fatores que poucos conseguem observar ligação com a ansiedade é o medo que alguma pessoa tem de animais, de voar ou de até mesmo estar em meio a uma multidão. Pode parecer apenas uma simples fobia, mas quando ela se torna exagerada, já cai na categoria de transtornos; você se torna incapaz de fazer mais do que sua mente te delimita;

Enxergar perigo em tudo: Indivíduos com transtornos de ansiedade em geral superestimam o perigo nas situações que temem ou evitam. O medo ou a ansiedade são excessivos ou fora de proporção. Você já conheceu alguma pessoa que não viaja de avião por que tem medo de acidente aéreo? Está sempre pensando que o avião vai cair?  Um outro exemplo é alguém que passa por um procedimento ou exame médico simples e teme ter uma doença grave ou ficar incapacitado após o exame. Em casos mais extremos chega até a cogitar a possibilidade de morrer no procedimento.

Assaltar a geladeira ou descontar a preocupação no docinho: Não faltam casos de pessoas que encontram na comida uma solução para seus problemas emocionais. Ao menor sinal de preocupação você recorre ao brigadeiro, a um docinho ou qualquer outro alimento para aliviar a tensão. Em geral mastigam pouco o alimento, e ingerem grande quantidade de comida em pouco tempo. Comer indiscriminadamente, sem fome, por ansiedade, estresse ou outra emoção negativa é um sinal de alerta. E cuidado, esta atitude também pode desencadear uma compulsão alimentar.

Autoconsciência: não são todas as pessoas que tem a desenvoltura de chegar em alguma festa e conversas com todos, beber, comer sem ao menos sentir que está sendo inconveniente. A autoconsciência começa a se tornar um mal assim que a pessoa se sente tão inconveniente de realizar uma tarefa, que desiste dela, tremem, se avermelham, suam;

Lembranças ruins: se você já passou por alguma situação/evento que marcou a sua vida de maneira negativa, algo realmente traumático e que costuma lembrar em certas ocasiões, completamente normal. Mas isso se torna parte de um transtorno de ansiedade à partir do momento que esse “Flashback” começa a aparecer constantemente em sua mente;

Pensamento obsessivo: O pensamento obsessivo é uma incapacidade de ganhar controle sobre pensamentos e imagens, angustiantes e recorrentes. Estudos de imagem cerebral indicam que está associado a uma disfunção neurológica de causa desconhecida que força os pensamentos em ciclos repetitivos. O pensamento obsessivo também pode estar associado a transtornos do humor, incluindo distimia, depressão, transtorno bipolar e é o sintoma definidor de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), Transtorno de Pânico e muitas outras condições psicológicas.

Preocupação/perfeccionismo: esse sintoma aparece geralmente em pessoas que vivem em constante pressão na vida, pessoal ou profissional, e querem que tudo saia conforme (ou melhor do que) tinha planejado. O perfeccionismo é tanto que tais pessoas nem se dão conta de que toda essa preocupação para algo dar certo é na verdade uma ansiedade para ouvir opiniões positivas de quem as julgam.

Sintomas físicos

Embora a maioria dos sintomas da ansiedade sejam psicológicos, existem alguns fatores físicos mínimos, que muitas vezes passam por despercebidos, mas que entregam na mesma hora que uma pessoa sofre de transtornos.

Insônia: embora pareça bem claro que a insônia está diretamente ligado a preocupações com a família, com dinheiro ou com outro problema na vida pessoal, e que em poucos dias, muitas pessoas não conseguem se livrar desse mal. A insônia se torna tão comum que acaba sendo algo corriqueiro. Entretanto, isso é um sintoma claro de que essa pessoa está com transtornos;

Roer unhas: esse é o sintoma que mais escancara que uma pessoa é muito ansiosa e acontece com mais de 63% da população brasileira. Geralmente, isso é nítido para quem está ao lado de alguém com transtornos de ansiedade: quem sofre se cala, começa a pensar em problemas e imediatamente leva as mãos a boca para roer as unhas;

Tensão muscular: observa-se nitidamente isso em pessoas que passam o dia sentado e/ou que exercem atividades que não exigem muito do corpo. Tais pessoas não conseguem controlar seus próprios pensamentos e constantemente apertam a mandíbula, flexionam o punho (ou o corpo todo), tensionando-o com vigor;

Dores: essas dores na barriga que você tem, que causam enjoos acontecem muito por conta da agitação com que você balança suas pernas e braços, pois está nervoso. No peito ou na cabeça, as dores de quem sofre com ansiedade são acarretadas pelo nervosismo ou preocupação que estão tendo com algo (um medo constante).

Problemas digestivos: Um sistema muito afetado pelo estresse e ansiedade é o gastrointestinal. Dores, má digestão, mal-estar no abdômen, diarreia e azia são alguns desses sinais que podem causar incômodo. Ansiedade excessiva e estresse agudo podem alterar as funções gastrointestinais por meio do sistema nervoso. Como consequência dessas alterações podem surgir úlceras, gastrites, doenças inflamatórias, refluxo gastroesofágico e síndrome do intestino irritável.

Se Você se identifica com muitos desses sintomas, o ideal é procurar ajuda médica a partir do momento em que o distúrbio de ansiedade produz algum tipo de desprazer ou sofrimento, interferindo negativamente na qualidade de vida. Muitas pessoas costumam ter dúvidas em relação à busca do profissional, que pode ser um psicólogo ou um psiquiatra. Vale dizer que se forem fatores do desenvolvimento da personalidade, traumas, crises a conduta mais adequada é procurar uma psicoterapia. Já se os fatores causais tiverem origem biológica, a chamada “ansiedade biológica”, o psiquiatra deve ser procurado.

Sentir ansiedade é normal, mas quando ela passa a ser persistente e fora de seu controle, é bom marcar uma consulta médica com um psiquiatra. Principalmente se há:

  • Preocupação excessiva, a ponto de interferir no trabalho, relacionamentos e em outras partes de sua vida;
  • Sintomas de depressão, de alcoolismo ou dependência química a drogas;
  • Pensamentos ou comportamentos suicidas.

Preocupações derivadas da ansiedade e seus transtornos não desaparecem por conta própria – pelo contrário, elas só tendem a piorar. Por isso, tratamento e suporte médicos são imprescindíveis. Procurar ajuda médica antes da ansiedade se tornar um problema ainda maior também é crucial para evitar complicações.

Fonte: Saúde Mental; Minha Vida; Vittude.

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